A Emergência é o nosso amor e nossa vocação. Temos prazer em viver o que muitas vezes chamam com desdém de “uma vida de plantões” com a consciência de que somos diariamente protagonistas dos piores dias de outras vidas e mesmo assim permaneceremos anônimos. Escolhemos fazer todos os dias o que, no Brasil, ainda é considerado apenas o “bico” de muitos médicos e o destino daqueles recém-formados. Amamos a possibilidade de tratar o paciente agudo. Respeitamos tanto esse momento breve e delicado que acreditamos na necessidade de qualificação do atendimento para que possamos mudar desfechos, trazer conforto e dignidade. Mais do que isso, acreditamos que a especialidade vem pra mudar a maneira como a medicina é pensada, ensinada e realizada.

Somos uma dupla de residentes que nesta nossa (ainda) breve caminhada teve algumas inspirações. Diariamente nossos mestres e colegas emergencistas – sejam eles de formação ou de coração – dividem conosco uma quantidade avassaladora de conteúdo prático e teórico. Também bebemos de outras fontes quando vimos concretizada lá fora a disseminação de conhecimento através da internet, especialmente FOAM (Free Open Access Medicine). Entretanto entendemos que a realidade da especialidade ainda é diferente no nosso país, já que apenas recentemente obtivemos reconhecimento (mesmo após mais de 20 anos de história). Além disso o próprio contexto da saúde no país implica em um Departamento de Emergência distante do que os livros texto nos fornecem como cenário de atuação.

Como todos os que conhecemos na Medicina de Emergência, estamos constantemente incomodadas: com a qualidade de assistência, com o sistema, com o que aprendemos, com o nosso papel dentro da especialidade, com o nosso futuro. Acreditamos que conhecimento deve ser amplamente disseminado, discutido, debatido e aplicado. Que não deve se resumir a pessoas, instituições, grupos ou valores.

O resultado destas inspirações e questionamentos foi a intenção de nos unir a essa rede de colaboração, elaborando e divulgando conteúdo de terras tupiniquins.

E para aqueles que ainda não estão totalmente convencidos: os desafiamos a resistir aos encantos dos “15 minutos mais interessantes de todas as outras especialidades” (@JoeLex5), que só a Medicina de Emergência proporciona

Bem vindos ao Break EM, contaremos as histórias que quiserem saber.

Caroline e Juliana

Emergency Medicine is our love and our calling. We have the pleasure to live what others prefer to call – with disdain – a ‘shift only life’, no private practice outside de EDs, aware that we are often the lead characters of the worst day of a patient’s life.

We chose to do what in Brazil is still considered a night job to mostly young, newly-graduated physicians, as they keep their day jobs in another specialty.

We love the possibility of treating an acute patient, and respect that brief and delicate moment so much we believe that qualifying doctors to provide this kind of care is the only way to change potentially harmful outcomes and bring comfort and dignity to patients.

More than that, we believe this specialty came to change the ways medicine is seen, taught and practiced.

We’re two residents who had a some inspirational (and bothersome) moments during our still short path to Emergency Medicine: we have teachers and colleagues sharing with us a huge amount of knowledge, we’ve been recently amazed by the FOAMed phenomenon. Our specialty is as good as new in Brazil (we’ve been officially recognized in 2015), therefore we almost don’t have EDs fully designed or equipped to best serve us as specialists or our patients. We, as all EM doctors we know here, are constantly discussing patient care, our healthcare system, the future of EM in Brazil and our role in it.

Those thoughts brought us to take part in this increasing network of Emergency Physicians and enthusiasts, so we could share experiences and knowledge from our land.

For those who are still not convinced EM in Brazil has a bright future: we dare you not to surrender to the ‘most interesting 15 minutes of every other specialty’ (@JoeLex5).

Welcome to Break EM, let us know what stories you want us to share.

Caroline and Juliana